Foram três dias de atividades com o objetivo de promover a diversidade e a inclusão numa perspectiva afrocentrada

Para marcar o 20 de novembro, a FADERGS deu início a sua Semana da Consciência Negra. O evento teve o objetivo de promover a diversidade e a inclusão numa perspectiva afrocentrada, promovendo o resgate e o respeito da ancestralidade e o combate necessário à intolerância religiosa.

Além de divulgar a importância das discussões e ações antirracistas, as atividades reforçaram o enfrentamento às desigualdades sociais no país e as iniquidades em saúde. Assim, a FADERGS busca contribuir com o fortalecimento da cultura afro-brasileira em Porto Alegre. Ao todo, foram quatro dias de evento abertos ao público e com entrada gratuita.

A abertura, na segunda-feira (20) às 18h30, contou com a participação da presidente da Odabá – Associação de Afroempreendedores, Kênia Aquino, que falou sobre ‘A Importância da Semana da Consciência Negra e o Afroempreendedorismo’.

Paralelamente, ocorreu a partir das 18h uma exposição fotográfica sobre a cultura negra, com registros de Marcos Roberto P. da Silva, proprietário do Studio Feijão & Lentilha. A programação do primeiro dia encerrou com o desfile de moda autoral inspirada na cultura preta urbana e sua ancestralidade, do designer Rodrigo Rodrigues, a partir das 20h30min. Todas as atividades ocorreram no Saguão da Galeria Luza.

Na terça-feira (21), a partir das 19h, ocorreu a oficina ‘A Intolerância Religiosa contra as Religiões de Matriz Africana’, com o palestrante Baba Diba de Iyemonja, Babalorixá do Ilê Ase Iyemonja Omi Olodo. Sanitarista, ele é coordenador nacional da Renafro Saúde e presidente do Conselho do Povo de Terreiro do Estado do Rio Grande do Sul. A fala ocorreu na sala 501 da FADERGS, com mediação do professor Moisés Alves.

Já na quarta-feira (22), houve Cine Debate, às 19h20, do documentário ‘Em Frente’. A palestrante foi Mariana Gonçalves da Silva, doutoranda e mestra em Psicologia Social e Institucional na UFRGS. Ela atua nos temas que envolvem processos de subjetivação nas cidades, relações raciais e desigualdades no espaço urbano, territorialidades e territórios negros, juventudes e arte e cultura nos espaços públicos. Ocorreu na sala 903, com mediação da professora Kathiana Pfluck.

O evento encerrou na quinta-feira (23) com a oficina ‘Um Pouco sobre a História da Capoeira’, às 20h, no saguão da Galeria Luza. O palestrante foi Mestre Guto, educador físico e mestrando em Educação. Militante do movimento negro e integrante do Colegiado de Culturas Populares do RS, ele é ainda coordenador do Ponto de Cultura Africanamente e tem mais de 30 anos de experiência na prática e ensino da capoeira em Porto Alegre.

Na Escola de Capoeira Angola, fundada em 2003, ele busca divulgar os valores ancestrais africanos preservados nesta cultura. Atualmente, possui núcleo de ensino em Porto Alegre, Florianópolis e Santo André (SP). Através das ações da escola, milhares de pessoas tiveram acesso à cultura de matriz africana e puderam repensar sua participação na luta antirracista.

Todas as atividades ocorreram na FADERGS, localizada na Galeria Luza (R. Mal. Floriano Peixoto, 185, Centro Histórico – Porto Alegre/RS), no turno da noite.