FADERGS certifica voluntários do projeto Cozinha Solidária em Boas Práticas em Manipulação de Alimentos
 

Matéria

FADERGS certifica voluntários do projeto Cozinha Solidária em Boas Práticas em Manipulação de Alimentos

26 / Julho / 2024

Curso de Nutrição do Centro Universitário disponibilizou expertise para capacitar cozinheiros do projeto social

 

A partir da expertise nas melhores maneiras de lidar com alimentos frescos, a FADERGS certificou voluntários do projeto Cozinha Solidária que atuam na elaboração de marmitas nos bairros Azenha, Lami, Mário Quintana e Sarandi. As técnicas aprendidas na capacitação, cujo objetivo principal é zelar pela segurança alimentar na produção em larga escala, já estão sendo aplicadas nas quatro cozinhas localizadas em Porto Alegre, organizadas pelo Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto (MTST). Na Capital, o projeto produz e distribui 3,4 mil marmitas diariamente a pessoas em situação de rua e moradores de comunidades de bairros periféricos. A capacitação de Boas Práticas em Manipulação de Alimentos foi ministrada às terças e quintas-feiras entre 9 e 18 de julho para 17 voluntários. No último encontro, na quinta-feira (18), a turma produziu um cardápio completo aplicando as técnicas aprendidas e recebeu certificados, estando capacitada a replicar o conhecimento para os demais envolvidos na montagem das refeições.

Cozinhar em grande escala exige atenção redobrada para riscos de contaminação. O curso contribuiu para melhorar ainda mais a entrega deste lindo trabalho, capacitando os voluntários com relação à segurança alimentar, com cuidados essenciais como armazenamento adequado, controle de tempo e temperatura, e dicas de higiene no ambiente e no trato com os ingredientes”, afirma Rochele Boneti, professora de Nutrição da FADERGS e coordenadora das atividades.

Durante o auge das enchentes de maio, a Cozinha Solidária Emergencial da Azenha chegou a distribuir quase 4 mil marmitas por dia, que chegavam a pessoas em situação de rua, equipes de voluntários de resgate, comunidades afetadas e abrigos de acolhimento a vítimas, em Porto Alegre e Região Metropolitana. “A calamidade pública de maio fez com que aumentássemos em 10 vezes a produção, que até então era de 400 unidades por dia. Hoje, o novo normal de produção é 1,6 mil marmitas ao dia, o que torna ainda mais importante a parceria com a FADERGS. Queremos que essa seja a primeira capacitação de muitas, para que possamos ampliar para mais cozinhas solidárias, melhorando a qualidade das milhares de refeições que são servidas”, comenta a nutricionista Gabriela Pirillo Teixeira, apoiadora das Cozinhas Solidárias do MTST.

Com o aumento expressivo da demanda por refeições, intensificada pela tragédia na Região Metropolitana, o movimento recebeu apoiadores de outros Estados para reforçar as equipes das Cozinhas Solidárias, como Eliane de Araújo Santos, que veio de Minas Gerais e está participando do curso de Boas Práticas em Manipulação de Alimentos. “Nessa vontade de ajudar o próximo por meio da comida, a gente tem que buscar aprender cada vez mais, para entregar um alimento que tenha sabor e carinho no preparo, mas também atenção à segurança alimentar. A experiência da capacitação tem sido maravilhosa porque já estamos colocando em prática todos os dias”, comenta a cozinheira.

As aulas foram ministradas por alunos de estágio social e de projetos de extensão do curso de Nutrição da FADERGS, sob a coordenação dos professores. “Esta é uma oportunidade de troca muito importante, a capacitação possibilita que os voluntários repliquem no contexto deles os protocolos de segurança alimentar, na produção de marmitas que vão chegar a quem mais precisa”, comemora Bruna Saraiva, estagiária e formanda do curso de Nutrição da FADERGS.

O curso também faz parte do modelo de ensino de UC Dual do Ecossistema Ânima, no qual os estudantes participam de atividades práticas de suas graduações para solucionar problemas reais de empresas e organizações. “Para além da necessidade imposta pela necessidade do momento, o curso também coloca os estudantes em contato com ações de impacto na comunidade e responsabilidade social, contribuindo na formação cidadã”, acrescenta Rochele.

O conteúdo apresentado ao Cozinha Solidária foi dividido em quatro módulos: capacitação em boas práticas em serviços de alimentação e nutrição, capacitação em pré-preparo e preparo de alimentos e ambientação, capacitação em aproveitamento integral dos alimentos e ações sustentáveis e, por fim, capacitação em elaboração de cardápios e montagem de marmitas.