Outubro Rosa: momentos de embelezamento fortalecem autoestima de pacientes em tratamento oncológico
 

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Outubro Rosa: momentos de embelezamento fortalecem autoestima de pacientes em tratamento oncológico

18 / Outubro / 2024

Especialista em oncoimagem explica como cuidados estéticos podem auxiliar no enfrentamento do câncer de mama

 

Ano a ano, o mês de outubro traz consigo a campanha Outubro Rosa de conscientização e prevenção ao câncer de mama e colo do útero, abrindo espaço para reflexão sobre os impactos na saúde física e mental das mulheres diagnosticadas com a doença. Entre os aspectos importantes durante o acompanhamento oncológico está a parte emocional das pacientes ao longo de cada fase de combate ao câncer.

O risco de incidência na população feminina, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para 2024, é de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres no país. Atualmente, o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente entre as brasileiras, perdendo apenas para o câncer de pele. Com a estimativa da entidade de que 73,6 mil novos casos sejam diagnosticados em 2024, torna-se ainda mais relevante a conscientização não apenas sobre os aspectos físicos, mas também sobre os desafios estéticos e de autoestima que surgem com a doença.

Na maioria dos tratamentos oncológicos, muitos pacientes enfrentam perda capilar e disfunções na pele, principalmente por ressecamento e deterioração da barreira cutânea, questões que podem afetar profundamente a autoestima. “Quando se perde o cabelo, é como se a pessoa mostrasse para o mundo que está doente, enxergando também a doença no próprio reflexo, o que gera um impacto emocional que pode ser maior, até, do que fazer uma cirurgia de retirada de uma mama por câncer”, explica Claudete Carvalho, professora de Estética e Cosmética da FADERGS e especialista em oncoimagem. De acordo com a explicação da profissional, “a mastectomia é uma questão privada da paciente, mas a perda capilar e aparições públicas sem os cabelos é uma questão social, porque é uma imagem que carrega o estigma da doença”.

Por isso, a presença de esteticistas na rede multidisciplinar de suporte às pacientes com câncer de mama é importante para prestar atendimento estético personalizado, contribuindo na melhora do estado emocional, que interfere diretamente na saúde física dessas mulheres. “O esteticista cosmetólogo não é capaz de despertar a autoestima instantânea nos pacientes, mas ele atua proporcionando momentos de cuidados de embelezamento que resgatam a alegria de quem combate a doença”, define a professora.

Nesse contexto, além do profissional especializado poder indicar cosméticos adequados às condições de cada fase do tratamento, os cuidados estéticos se tornam uma ferramenta terapêutica para ajudar as pacientes a manterem uma visão positiva de si. “A oncoimagem é esse serviço realizado pelo visagista que guia a paciente na construção dessa imagem que surge a partir do momento de dor e desafios do processo de descoberta e tratamento do câncer”, explica a especialista. Essas práticas podem incluir cuidados com a pele, como hidratação e proteção, que ajudam a minimizar os efeitos colaterais do tratamento, dicas de visagismo, para incentivar a autoestima em diversos aspectos estéticos, e cuidados de preparação capilar para receber os novos cabelos.

A professora destaca a importância do visagismo neste processo de reconstrução da identidade das mulheres após o diagnóstico e início do tratamento oncológico. “Na nova fase de vida desse paciente, o visagismo ajuda a mulher a se reconhecer, encontrando o seu melhor cabelo, melhor cor, o melhor formato de sobrancelha, até na escolha de itens de maquiagem como blush e batom que atuam também nessa comunicação visual. Esse olhar para a estética pode ajudar as pacientes a se sentirem mais conectadas consigo mesmas, ainda que em meio a um período marcado por desafios”, acrescenta Claudete.

Passado o tratamento oncológico intensivo, o profissional estético pode iniciar protocolos de terapia capilar que promovam o crescimento saudável dos fios. Durante a quimioterapia, por exemplo, é proibida qualquer intervenção para o crescimento capilar, sendo permitida apenas após seis meses que a paciente recebe alta médica. Assim, o acompanhamento estético e cosmetólogo incentiva o autocuidado durante e após o processo da doença, contribuindo para o resgate de um pouco da alegria e da autoestima das pacientes, ferramentas fundamentais para enfrentar essa batalha com mais força e esperança.

 

Atendimentos gratuitos

O acompanhamento estético e cosmetológico pode ser um aliado importante no processo de autocuidado. Em Porto Alegre, é possível ter acesso a consultas de forma gratuita na Clínica Escola de Estética e Cosmética da FADERGS, localizada na sede da instituição (Rua Marechal Floriano, 185, Centro Histórico).

Com a supervisão dos professores, estudantes do curso fazem atendimentos à comunidade. No local, são disponibilizadas consultas nas áreas de estética facial e corporal, além de tricologia. Entre os procedimentos faciais estão a limpeza de pele, peeling e tratamento de rejuvenescimento, enquanto os corporais trabalham gordura localizada, estrias, celulites e massagem. Na área de tricologia são tratadas as disfunções capilares.

Os agendamentos podem ser realizados durante horário comercial pelo contato (51) 3230-3378, somente via WhatsApp. Os pacientes que puderem levar 1kg de alimento não perecível também ajudarão projetos sociais parceiros da FADERGS.

 

Serviço

O que: Atendimentos estéticos na Clínica Escola da FADERGS.

End: R. Mal. Floriano Peixoto, 185, Centro Histórico, Porto Alegre.

Agendamentos: (51) 3230-3378 (WhatsApp).